ESPORTE

Pesquisadores da área de gestão esportiva apresentam resultados durante ano marcado por pandemia. Metas para 2021 incluem 18 palestras técnico-científicas

Divulgação Gesporte


O Laboratório de Pesquisa sobre Gestão do Esporte (Gesporte/FEF/UnB) apostou no trabalho para enfrentar o ano mais adverso de toda uma geração. Em 2020, a unidade pioneira em estudos e ações na área enfrentou as limitações impostas pela pandemia e promoveu 13 eventos a distância. Entre eles, oito palestras, uma jornada internacional e o principal congresso do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região (CREF7). No período, contabilizou-se o atendimento a mais de 3,1 mil pessoas. As informações foram apresentadas na tarde desta sexta-feira (11) durante o 11° Encontro Anual Gesporte, realizado pela primeira vez em formato on-line.


A exposição dos dados, acompanhada por plateia de cerca de 60 pessoas, informou ainda sobre publicações do Gesporte. Em 2020, integrantes do laboratório apresentaram seis pôsteres e sete comunicações orais em eventos científicos. Além disso, orientações na graduação e na pós-graduação tiveram continuidade. Segundo o idealizador e coordenador do Gesporte, Paulo Henrique Azevêdo, o volume de realizações é “fruto de muito trabalho e da qualificação” de alunos, ex-alunos e membros do grupo.


O encontro também abriu portas para anunciar as atividades do Laboratório de Gestão das Experiências de Lazer (Lagel), vinculado ao Gesporte. Esse braço de pesquisas, que reúne 15 especialistas de sete unidades da federação, somou mais de 20 trabalhos e mais de 20 palestras proferidas em eventos técnico-científicos. O Lagel ainda se dedicou a estudar os impactos da Covid-19 nas experiências de lazer.


Os feitos do Gesporte ganharam contorno de superação em decorrência da pandemia. “O início foi muito difícil. Primeiro [o desafio de] coordenar equipes, depois fazer as coisas acontecerem”, avaliou Paulo Henrique, que é docente da Faculdade de Educação Física (FEF) há quase 30 anos. Ele agradeceu o empenho dos participantes e comemorou a crescente busca por formação em gestão esportiva. “Os resultados aparecem por esse conjunto de sinergia”.


HOMENAGENS – O encontro virtual permitiu acesso a quem, possivelmente, não conseguiria participar de uma reunião presencial. Houve depoimentos em tempo real de sala de embarque de aeroporto, de carro e até de outros países. A totalidade dos participantes demonstrou gratidão pelas portas abertas e pelos conhecimentos adquiridos por meio do Gesporte.


Três dessas pessoas foram laureadas com o Distintivo Gesporte: Daniel de Boni, Olga Correia e Rubens Spessoto. O reconhecimento foi feito pelas contribuições deles ao laboratório e à gestão esportiva. Primeiro mestre pela FEF e primeiro a falar, Rubens disse que estava tomado pelo “sentimento de gratidão”. Essa sensação se deu, segundo ele, pela fé, por chegar com “sanidade” ao fim de um ano atípico, pelos amigos e também pela atuação no laboratório, do qual foi pioneiro.


Olga Correia, que cursa doutorado na inglesa Loughborough University, lembrou-se de quando era aluna de graduação da FEF. Disse que a disciplina de gestão de eventos ministrada pelo professor Paulo Henrique “mudou tudo o que queria fazer e a forma como via a profissão”. “Ter contribuído [com o Gesporte] me deixa muito feliz”, afirmou.


O terceiro homenageado analisa o Gesporte como decisivo para a construção da carreira. “Ajudou muito no momento de entrada no mercado de trabalho”, garantiu o geógrafo De Boni, que é pesquisador do laboratório e servidor público. “As coisas que aprendi vou levar para o resto da vida”.

 

Logomarca do Gesporte. Laboratório tem agenda intensa para 2021. Imagem: divulgação

EMOÇÃO E FUTURO – A maioria das intervenções no Encontro fez menção ao período de pandemia e trouxe o desejo por dias melhores. Em momentos de emoção, participantes relataram experiências difíceis. Foi assim com a mestre de cerimônia, Amanda Medeiros, ao demonstrar sensibilidade com as circunstâncias atuais e com o professor Paulo Henrique, que dedicou o trabalho realizado este ano ao irmão, Ivan Azevêdo, falecido durante a pandemia.


Mesmo com o enfrentamento de questões delicadas, os integrantes do Gesporte planejam um ano novo produtivo. Fazem parte das metas para 2020 a continuidade de pesquisas, a realização de18 palestras-técnicas e a organização de mais um congresso do CREF7. E está previsto para abril o lançamento do livro Gestão Estratégica de Eventos Esportivos, Técnico-científicos e de Lazer, de autoria do coordenador do Gesporte. A obra terá exemplares impressos e também estará disponível para download na página do laboratório.