FUTEBOL

Turma tem formação multidisciplinar e sonha colocar aprendizado em prática

Júlio Minasi

 

Depois de 11 meses de aulas teóricas e práticas e preparação física, a turma 2017 está formada. A Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) entregou na sexta-feira (13), em solenidade na Faculdade de Educação Física (FEF), os certificados aos 18 árbitros e 4 árbitras aprovados em todas as etapas do curso realizado em parceria com a Universidade de Brasília.

 

A formação demandou 384 horas de atividades, que incluíram estágio em partidas do Campeonato Brasiliense. A experiência vivida deu margem a sonhos. Há quem queira atuar em competições amadoras e quem almeje participar das principais partidas oficiais da modalidade.     

 

“Sinto que o céu é o limite. Vou tentar alcançar os níveis mais altos da arbitragem de futebol no Brasil e no mundo”, afirma o agora árbitro formado Cristiano Hoppe Navarro. Técnico desportivo da Diretoria de Esporte e Lazer (DEL/DAC), ele disse que a pretensão inicial era “ter melhor preparação para arbitrar os jogos dos projetos e competições da DEL”, mas que tomou mais gosto pela arbitragem no decorrer do curso.  

 

Vilma Nogueira vê possibilidade de complementar a renda com a arbitragem

Namorada e colega de turma de Cristiano, Vilma Nogueira também mudou de planos no decorrer das aulas. “A princípio, queria ajudar nos eventos na UnB. Agora vejo a possibilidade de ter a arbitragem como um complemento de renda”, conta. Ela diz que apesar de ser uma área com predominância masculina, a presença das mulheres é bem-vinda e desejada. “Basta querer estar e querer fazer. Tem espaço [para mulheres] sim”, afirma.  

“Meu principal objetivo é ser árbitra da CBF”, garante a recém-formada Márcia Alves, que tem graduação em Recursos Humanos e estuda Educação Física. Ela diz que se interessou pela arbitragem após acompanhar o desempenho da ex-auxiliar do quadro nacional Ana Paula Oliveira. “Já é um sonho antigo e que agora está mais perto de acontecer”, diz.

 

MULTIDISCIPLINARIEDADE – “Penso que o envolvimento da Universidade qualifica os processos e agrega prestígio aos certificados”, diz o diretor de Esporte e Lazer e professor da FEF, Alexandre Rezende. Ao parabenizar a turma, ele ressalta a presença de disciplinas como ética, nutrição e psicologia aplicada no curso. “Essa formação multidisciplinar é fundamental”, avalia.

 

Para o responsável pela arbitragem da FFDF, Raimundo Lopo, a participação da UnB “permite um nível mais alto” de formação e eleva o que ele considera os quatro aspectos principais da função: físico, mental, técnico e social. Ele, que dirige o sindicato local dos árbitros e é instrutor certificado pela CBF e pela Fifa, menciona os frutos gerados por parceria similar em 2010. “Dor 35 formados, sete estão no quadro da CBF”, diz.